quarta-feira, 10 de abril de 2013


Motoristas se dividem sobre restrição no Largo 13, mas comerciantes criticam

Medida implantada pela Prefeitura de São Paulo há dez dias proíbe carros de passeio em quatro vias da região entre 5h e 10h; entre 16h e 20h apenas uma rua sofreu mudança


Dez dias depois de entrar em vigor a restrição a caminhões e veículos de passeio nas principais ruas do Largo 13, na zona sul de São Paulo, os motoristas que frequentam a região estão divididos quanto à mudança, enquanto lojistas reclamam que a alteração reduziu o consumo popular, um dos mais importantes da cidade.
A vias selecionadas pela prefeitura ( confira abaixo ) só podem receber taxistas, motos e ônibus das 5h às 10h e das 16h às 20h de segunda-feira a sábado.


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A prefeitura justificou a mudança, iniciada no dia 29 de março, afirmando que ela pretende melhorar a velocidade do transporte público, sintoma percebido por uns e rechaçado por outros motoristas de táxi e ônibus ouvidos pela reportagem.
“Ficou mais rápido para subir o Largo”, afirmou o motorista de ônibus Ronaldo dos Santos, de 29 anos. “Melhorou muito não”, gritou para fora da lotação o motorista Natanael do Rosário, 32.
Há 27 anos trabalhando na região, o taxista Raimundo de Oliveira, de 60 anos, concorda com Natanael. “Inverteram muitas ruas. Eles simplesmente transferem o trânsito de um lugar para outro. Não está resolvendo.”
Ele disse que a “sinalização não é adequada” e que as avenidas Guarapiranga, Atlântica e Nossa Senhora do Sabará ficaram mais congestionadas agora porque elas “desembocam no Largo”. “Não se consegue andar.”
Responsável por ajudar o fluxo de veículos na região, o aposentado Antonio Siqueira (62) discorda. Ele diz que a proibição para que os carros de passeio saiam do terminal Santo Amaro em direção ao Largo 13 aliviou o transito para quem se desloca utilizando ônibus.
Comércio
Se, de um lado, os motoristas ainda se decidem sobre as restrições, de outro, os comerciantes fazem coro contra a alteração. Dono de uma casa do norte, Francisco Damasceno (45) afirma que os vendedores da região estão “chiando”.
Seu estabelecimento é vizinho de uma loja infantil gerenciada por Michele dos Santos, que diz ter perdido clientes desde que os carros não puderam mais frequentar a região na primeira parte da manhã. “O povo está meio perdido, ainda não sabe muito bem o que fazer.”
Irritado com a novidade, o gerente de uma loja de tênis Carlos da Fonte (45) diz que, além de perder consumidores, ele vem tendo dificuldade em repor os estoques porque alguns veículos não podem descarregar perto de sua loja no horário mais propício: depois das 20h, quando “o fluxo no calçadão diminui”.
“Poderiam deixar entrar os veículos a partir desse horário para efetuar o descarregamento”, defende. “A mudança está mesmo nos prejudicando.”
O que mudou
Na parte da manhã, cinco vias foram incluídas na restrição: a Alameda Santo Amaro, entre a Rua General Roberto Alves de Carvalho Filho e Largo 13 de Maio; a Rua Paulo Eiró, entre Alameda Santo Amaro e Avenida Padre José Maria; a Avenida Padre José Maria, entre Rua Barão do Rio Branco e Largo 13 de Maio; e a Avenida Adolfo Pinheiro, entre Largo 13 de Maio e Rua Promotor Gabriel Nettuzzi Perez.
Entre 16h e 20h, a única rua proibida de circular caminhões e veículos de passeio é a Barão do Rio Branco, entre Avenida Mário Lopes Leão e Avenida Padre José Maria.
“A Engenharia de Campo da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai monitorar e orientar o tráfego na região, visando melhorar as condições de trânsito e preservar a segurança de pedestres e motoristas”, diz a estatal em nota.
Para informações de trânsito, o número é 1188.

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